O Admirável Mundo Novo
Comunidade, identidade, estabilidade. Este é o lema da
sociedade perfeita em O admirável Mundo Novo de Aldous Huxley.
Em sua distopia somos apresentados a um futuro derivado de
um plano utópico nitidamente fracassado – o projeto utilitário. O utilitarismo
tem como princípios a eliminação do sofrimento e a otimização do bem estar em
um mundo sem contradições.
A sociedade perfeita. Sem violência, rancor, remorsos ou
dores. Um lugar onde todos são felizes e vivem em harmonia. Parece perfeito,
não é? Mas, se em troca de toda essa felicidade você tivesse que abrir mão da
sua liberdade?
A felicidade real parece sempre bastante sórdida quando comparada com as largas compensações que se encontram na miséria. E é evidente que a estabilidade, como espetáculo, não chega aos calcanhares da instabilidade. E o fato de se estar satisfeito não tem nada do encanto mágico de uma boa luta contra a desgraça, nada do pitoresco de um combate contra a tentação ou de uma derrota fatal sob os golpes da paixão ou da dúvida. A felicidade nunca é grandiosa.
Em uma comunidade dividida em classes, onde cada individuo é
geneticamente desenvolvido com um propósito a ser cumprido, acompanhamos a
jornada de nossos personagens diante desta realidade assustadora.
O que a principio pode parecer um jeito bom de viver se
torna algo extremamente insuportável ao decorrer do livro. Incomoda bastante
ver como os humanos se submetem a vontade de um líder em nome de uma felicidade
ilusória que os aprisiona a uma rotina de ações nada naturais.
Este com certeza é um daqueles livros que devemos ler pelo
menos uma vez na vida. Uma estória carregada de reflexões a respeito do nosso
futuro. Uma ótima oportunidade para nos questionarmos sobre a felicidade e
sobre o que estamos dispostos a fazer em troca dela.
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